segunda-feira, 27 de fevereiro de 2017

SUBURBANO JOGO DE GEOGRAFIA

lhttp://ataksuburbano.blogspot.com.br/2016/06/jogo-de-geografia-jogo-das-paisagen.html

RENOVAÇÃO GEOGRAFICA

MOVIMENTO DE RENOVAÇÃO DA GEOGRAFIA


  • Tem início um movimento de renovação no momento em que a Geografia tradicional conhece uma crise. A busca de novos caminhos, nova linguagem, novas propostas, enfim uma liberdade maior de reflexão e criação.
  • Em meados do século XX a Geografia, orientada pelos seus velhos paradigmas, consegue apenas descrever e compreender realidades de um mundo tradicional.
Mudanças:
  • Econômicas (ex. época monopolista dos trustes e do grande capital, visão de estado como regulador e na ordenação da vida econômica);
  • Tecnológicas (avanços na física, química, engenharia, novos inventos, descobrimentos e procedimentos entram em cena);
  • No pensamento e método científico (corrente filosófica do chamado positivismo lógico que privilegia a quantificação com o uso de modelos matemáticos e estatísticos, representando uma aplicação do método científico aos fatos sociais);
Fatores:
  • Planejamento econômico (arma da intervenção do Estado) e territorial coloca função para as ciências humanas de gerar instrumental de intervenção (assumem feição mais tecnológica). A Geografia não apontava nessa direção, por isso a razão da crise (crise de linguagem – descritiva, insuficiente; crise metodológica e instrumental). Deveria se buscar novas técnicas para análise geográfica.
  • Urbanização atinge graus até então desconhecidos;
  • Quadro agrário modifica-se com a industrialização e mecanização da atividade agrícola;
  • O “local” perde espaço para o internacional devido a articulação cada vez mais crescente com uma economia mundializada (centros de decisão internacional) o que defasou o instrumental de pesquisa de uma Geografia criada para resolver situações simples, quadros locais fechados (complexidade da organização do espaço).
Fonte:
AMORIM Filho, Oswaldo B. Reflexões sobre as tendências teórico-metodológicas da Geografia. Belo Horizonte, ICHS, UFMG, 1978
CHRISTOFOLETTI, Antonio. As perspectivas dos estudos geográficos. In: Perspectivas da geografia. São Paulo: Difel, 1982.
CLAVAL, Paul. A Nova Geografia. Coimbra: Almedina, 1982.
CORRÊA, Roberto L. Região e organização espacial. 4ª ed. São Paulo: Ática, 1991.
FERREIRA, Conceição C.; SIMÕES, Nataércia N. A evolução do pensamento geográfico. Lisboa: Gradiva, 1986.
MORAES, Antonio C. R. Geografia: pequena história crítica. 19ª ed. São Paulo: Annablume, 2003.
SANTOS, Milton. Por uma Geografia Nova: da crítica da Geografia a uma Geografia Crítica.São Paulo: Hucitec, 1978.
SILVA, Armando Corrêa da. O espaço fora do lugar. São Paulo: Hucitec, 1988.
http://geografiageoradical.blogspot.com.br/2009/11/movimento-de-renovacao-da-geografia.html

GEOGRAFIA TRADICIONAL



Clássica( Alemã): Sistematização com Humboldt e Ritter, funda a Geografia acadêmica e estabelecem princípios, objetos e objetivos para a ciência geográfica. Geografia surge nos moldes positivistas de uma ciência natural. A combinação e entre fenômenos inter-relacionados (clima, relevo, vegetação, geologia e outros) resultam nas correlações causais que resultam na unidade da natureza( visão universalista, enciclopédica, empirismo descritivo, ...). Determinismo Ambiental: Ratzel e a Escola Alemã (espaço vital, geopolítica, ambientalismo). Visão naturalista aplicada ao estudo da sociedade.


Possibilismo: La Blache e a Geografia Regional (escola francesa: paisagem-região, gênero de vida). Analogia organicista: processo evolutivo e de maturação da região, onde muitas obras humanas se fixam incorporados sem contradições ao quadro final da ação humana sobre natureza Região e pais agem se equivalem representando uma entidade concreta, visível, palpável. Componentes humanos e da natureza se entrelaçam harmoniosamente. (alguns autores identificam no Possibilismo a entrada do historicismo na Geografia).

Yi-Fu Tuan e Hartshorne

Geografia Racional e Método regional: (HETTNER E HARTSHORNE): Richard Hartshorne é considerado um dos responsáveis pela transição para a renovação na Geografia. Moraes (2003, p. 85) denomina como Geografia Racional devido a menor carga empírica dessa corrente. Alfred Hettner, que publicou suas obras entre 1890 e 1910 influenciou diretamente Hartshorne. Hettner foi uma espécie de terceiro caminho para a análise geográfica no período de maior confronto entre o Determinismo e Possibilismo. HETTNER propôs a Geografia como estudo de áreas,. A geografia tem para ele, o objetivo de explicar as razões pelas quais as diversas porções da superfície terrestre se diferenciam. O caráter singular das diferentes parcelas do espaço viria da forma particular de inter-relação entre os fenômenos aí existentes, cabendo á geografia descobrir e explicar. HARTSHORNE teve como maior característica a discussão epistemológica da Geografia. O método regional, criado por Hartshorne (obra data de 1939) entendia ser objeto específico da geografia a diferenciação de áreas que constituiria na própria regionalização, na consideração do conjunto de fenômenos heterogêneos que definiria cada espaço. A região seria produto mental obtido a partir do uso pelo pesquisador de critérios metodológicos para o recorte espacial. Hartshorne salientava a necessidade do estudo de casos individuais. A generalização viria depois com a comparação dos diferentes estudos.
FONTE:
AMORIM Filho, Oswaldo B. Reflexões sobre as tendências teórico-metodológicas da Geografia. Belo Horizonte, ICHS, UFMG, 1978
CHRISTOFOLETTI, Antonio. As perspectivas dos estudos geográficos. In: Perspectivas da geografia. São Paulo: Difel, 1982.
CLAVAL, Paul.. A Nova Geografia. Coimbra: Almedina, 1982.
CORRÊA, Roberto L. Região e organização espacial. 4ª ed. São Paulo: Ática, 1991.
FERREIRA, Conceição C.; SIMÕES, Nataércia N. A evolução do pensamento geográfico. Lisboa: Gradiva, 1986.
MORAES, Antonio C. R. Geografia: pequena história crítica. 19ª ed. São Paulo: Annablume, 2003.
SANTOS, Milton. Por uma Geografia Nova: da crítica da Geografia a uma Geografia Crítica. São Paulo: Hucitec, 1978.
SILVA, Armando Corrêa da. O espaço fora do lugar, São Paulo: Hucitec, 1988.
http://geografiageoradical.blogspot.com.br/2009/11/geografia-tradicional.html

GEOGRAFIA PRAGMÁTICA

(NOVA GEOGRAFIA OU GEOGRAFIA TEÓRICO-QUANTITATIVA)
Walter Christaller
Delineada por métodos quantitativos, utilizando-se da estatística e de modelos teóricos, a Nova Geografia converge-se numa aplicação pragmática dos conhecimentos e conceitos fundamentados no neo-positivismo lógico. Os modelos utilizados foram herdados, na grande maioria dos casos, de outras áreas como a Economia, Sociologia, Etnologia, Psicologia, etc. Um dos poucos modelos tomados de geógrafos, foi o de Walter Christaller, precedente ao movimento de renovação, a Teoria dos Lugares Centrais, que de certa forma foi uma redescoberta (publicada em 1933 e traduzida para o inglês em 1955). A Teoria dos Sistemas, a tese da difusão de inovações e as noções de percepção e do comportamento foram também utilizadas (SANTOS, 1979, p. 43). A utilização do termo “Nova Geografia” foi proposta por Manhey em 1966 (e fixada por Peter Gould num artigo de 1968), considerando a difusão e desenvolvimento do conjunto de idéias e abordagens durante a década de 1950 (CHRISTOFOLETTI, 1982, p. 71). Características da Nova Geografia (CHRISTOFOLETTI): a) Rigor maior na aplicação da metodologia científica. b) Desenvolvimento de teorias. c) O uso de técnicas estatísticas e matemáticas. d) A abordagem sistêmica.e) O uso de modelos. Deve-se enfatizar que não houve uma ruptura completa, uma sucessão precisa no tempo, permanecendo a existir trabalhos de ambas perspectivas, a “Nova” e a “velha” Geografia. O corte epistemológico, no entanto, elevou ao nível e estatuto “mais indispensável ao desenvolvimento das outras ciências humanas e sociais, confirmando ao mesmo tempo, as estreitas relações com as ciências do meio” (CLAVAL, 1982, p. 11). As raízes do movimento que culminou na Nova Geografia estão presentes na ação científica para tentar solucionar a crise econômica capitalista, buscar instrumentos eficazes de controle social e nas exigências de um planejamento regional e urbano. Questões colocadas às ciências sociais no período Pós-2ª Guerra Mundial. Para atingir os objetivos expostos, a Geografia recorre ao método científico e aos modelos espaciais a partir de uma linguagem quantitativa. Uma das contribuições da Geografia está justamente no fato de permitir que um novo objeto de estudo dominante emergisse: o espaço. As relações espaciais e a sua organização (materializadas na reordenação do território e no planejamento) passam a constituir como principal categoria de análise da Geografia.

FONTE:
AMORIM Filho, Oswaldo B. Reflexões sobre as tendências teórico-metodológicas da Geografia. Belo Horizonte, ICHS, UFMG, 1978
CHRISTOFOLETTI, Antonio. As perspectivas dos estudos geográficos. In: Perspectivas da geografia. São Paulo: Difel, 1982.
CLAVAL, Paul. A Nova Geografia. Coimbra: Almedina, 1982.
CORRÊA, Roberto L. Região e organização espacial. 4ª ed. São Paulo: Ática, 1991.
FERREIRA, Conceição C.; SIMÕES, Nataércia N. A evolução do pensamento geográfico. Lisboa: Gradiva, 1986.
MORAES, Antonio C. R. Geografia: pequena história crítica. 19ª ed. São Paulo: Annablume, 2003.
SANTOS, Milton. Por uma Geografia Nova: da crítica da Geografia a uma Geografia Crítica. São Paulo: Hucitec, 1978.
SILVA, Armando Corrêa da. O espaço fora do lugar, São Paulo: Hucitec, 1988.
http://geografiageoradical.blogspot.com.br/2009/11/geografia-pragmatica-nova-geografia-ou.html

Geografia Crítica

(RADICAL OU MARXISTA)
Em meados da década de 70 a revolução quantitativa veio a sucumbir diante de novos horizontes que surgiram com a Geografia Radical que emergiu em resposta aos fenômenos sociais nos EUA. Nesta década segundo Richard Peet os EUA viviam um momento conturbado com manifestações de massa contra políticas governamentais, defesa dos direitos civis e a Guerra do Vietnã resultantes da contradição do qual o capitalismo se move. Com o movimento para uma Geografia Nova de cunho qualitativo logo esta caminhou para a radicalização pela necessidade da relevância social, a revista “Antipode” abordou temas como: as pobrezas regionais urbana, grupos minoritários, acesso à serviços sociais, porém estas abordagens investigavam apenas aspectos superficiais destas questões (PEET, 1982).
Logo a Geografia Radical buscou intervir no processo político e social através de expedições na sociedade para a Investigação Humana, os geógrafos deveriam ir até as áreas mais pobres tornando-se uma pessoa desta região indo de encontro com os problemas sociais. PEET, 1982, destaca que as expedições iriam treinar as pessoas do local com habilidades geográficas para o enfretamento das desigualdades. Em relação à “Sociedade para a Investigação Humana”, esta destacava três ramos: educação, publicações e as expedições para as áreas oprimidas, porém este trabalho de defesa de áreas de desigualdades ainda não era a Geografia Radical, esta logo iria se enveredar para o marxismo. A Geografia em direção ao marxismo se empenhou na tarefa da elaboração de um método para a análise das contradições sociais no espaço levando ao entendimento deste mecanismo através do materialismo histórico juntamente com o método dialético. A Geografia Radical caminhou para um sistema de idéias na construção de um paradigma para o pensamento geográfico social.
O que os geógrafos marxistas estão começando a construir é uma sofisticada teoria da dialética espacial na qual a descrição obvia do espaço em centro e periferia é rapidamente ultrapassada a fim de se atingi-se a análise mais complexa das relações espaciais. As relações espaciais são vistas como refletindo as relações sociais; se, nas relações sociais, algumas pessoas trabalhar para sustentar as outras, então no espaço as pessoas da periferia trabalham para sustentar as pessoas dos centros metropolitanos, inevitavelmente estabelecendo contradições e conflitos espaciais (PEET, 1982, p. 244).
Na Geografia Marxista o espaço é movido pelas contradições presentes e por um processo dialético, por exemplo: a existência e manutenção dos países ricos é sustentada a partir da existência dos países pobres, um é parte do outro, em um processo que se forma através do tempo em um materialismo histórico que se constitui pelos processos sociais que se relacionam pela produção e reprodução da base material da vida.
As principais críticas á Nova Geografia ocorrem com a sua prática, internamente pelos próprios praticantes que constituem correntes desejando seu aperfeiçoamento ou até mesmo a sua superação. Segundo FERREIRA e SIMÕES (1986, p. 90), as principais críticas surgidas são:
Os modelos em que ela se apóia são insuficientes para explicar a realidade;
Os modelos encontram-se afastados da conduta real do homem;
Os modelos procuram apenas descobrir o aspecto que tomaria o mundo em consideração apenas certos pressupostos da racionalidade econômica;
A Nova Geografia não se preocupa com a resolução dos problemas sociais
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Richard Peet- a Geografia Radical que emergiu nos EUA em meio aos conflitos sociais e a Guerra do Vietnã juntamente com os conflitos e contradições do capitalismo.
Yves Lacoste -A geografia do subdesenvolvimento
Esta última, talvez a crítica mais forte, serviu de ideal aos descontentes na formação de uma linha opositora mais radical. Os críticos alegavam que a Nova Geografia e seu neo-positivismo cientificista se colocava a serviço da ideologia capitalista. Seu fraco embasamento teórico deixava a Geografia neutra como ciência crítica que deveria ser. Seu limitado instrumento estatístico era ineficaz ao estudo sócio-econômico e às explicações históricas dos fenômenos. Alguns ainda contestavam a própria “eficiência matemática”, como a afirmação de SILVA (1988, p. 107): “Os primeiros trabalhos com os quais tive contato pareciam-me simples exercícios técnicos que de matemática tinham pouco e de geografia menos ainda.” Esse mesmo autor contesta a utilização da expressão “revolução quantitativa”, pois a estatística não termina com as descrições deficientes tradicionais.

David Harvey
A influência do pensamento marxista na Geografia (final dos anos de 1960) significou uma ruptura com os vínculos positivistas da ciência geográfica. O espaço geográfico é visto como a própria sociedade (espacializada), fruto da reprodução do modo capitalista de produção. A Geografia Crítica na sua versão Radical (ou marxista) assume a característica de uma ciência militante voltada a denunciar e combater as contradições, injustiças e desigualdades sociais. Surge uma ciência com caráter social e até mesmo revolucionário.

  • A geografia é uma prática social em relação à superfície terrestre” (Yves Lacoste).
  • A questão do espaço não pode ser não pode ser uma resposta filosófica para problemas filosóficos, mas uma resposta calcada na prática social” (David Havey).
  • “O espaço é a morada do homem, mas pode ser também sua prisão”. (Milton Santos).

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Milton Santos - um sistema de idéias para o espaço geográfico baseado na divisão social do trabalho em um sistema de objetos e ações

Bibliografia:
AMORIM Filho, Oswaldo B. Reflexões sobre as tendências teórico-metodológicas daGeografia. Belo Horizonte, ICHS, UFMG, 1978
CHRISTOFOLETTI, Antonio. As perspectivas dos estudos geográficos. In: Perspectivas da geografia. São Paulo: Difel, 1982.
CLAVAL, Paul.. A Nova Geografia. Coimbra: Almedina, 1982.
CORRÊA, Roberto L. Região e organização espacial. 4ª ed. São Paulo: Ática, 1991.
FERREIRA, Conceição C.; SIMÕES, Nataércia N. A evolução do pensamento geográfico. Lisboa: Gradiva, 1986.
MORAES, Antonio C. R. Geografia: pequena história crítica. 19ª ed. São Paulo: Annablume, 2003.
SANTOS, Milton. Por uma Geografia Nova: da crítica da Geografia a uma Geografia Crítica. São Paulo: Hucitec, 1978.
SILVA, Armando Corrêa da. O espaço fora do lugar, São Paulo: Hucitec, 1988.

PEET, Richard. O desenvolvimento da Geografia Radical nos Estados Unidos. In: CHRISTOFOLETTI, Antonio. Perspectivas de Geografia. São Paulo – SP: Difel, 1982.
fonte: http://geografiageoradical.blogspot.com.br/2009/11/geografia-critica-radical-ou-marxista.html

Yves Lacoste, Geografia isso serve primeiro para fazer guerra.

YVES LACOSTE


Yves Lacoste nasceu em Fes (Marrocos) em 1929. Entre 1947 e 1951 completou o curso de Estudos Superiores de Geografia na Sorbonne.
Em 1948 ele adere ao Partido Comunista Francês e se liga, então, a numerosas personalidades de movimentos nacional argelino. A partir de 1952 leciona história e geografia no liceu Bugeau em Argel. Em 1955 retorna a Paris.
Seu manuscrito Os países sub-desenvolvidos, após muitos anos de recusas, é editado pela PUF dentro da coleção “Que sais-je” e logo se torn a um dos best-sellers da editora. Essa obra será traduzida (traduções oficiais e piratas) para mais de trinta línguas. Ele pública, em 1965, pela mesma editora, A Geografia do sub-desenvolvimento. Em 1968 é renomeado professor-assistente da nova universidade de Vincennes, Paris VIII.
Em 1970 o debate da existência da revista Heródote contaminou sociólogos, historiadores e geógrafos e surgiu pela primeira vez a questão: “A quem serve a geografia?” em junho de 1972, em plena guerra do Vietnã, Yves Lacoste pública no Le Monde um importante artigo sobre a geomorfologia das planícies aluviais de Hanói e, após um visita ao Vietnã do Norte em agosto de 1972, ele traz à luz a estratégica americana de bombardeio dos Diques vietnamitas. O artigo que ele publicou no Le Monde a 15 de agosto de 1972 terá grande repercussão na opinião pública americana. O bombardeio dos Diques cessará pouco depois.
Em março de 1976 escreve: A Geografia – Isso serve , em Primeiro Lugar, para Fazer a Guerra. A partir dos anos 80 Yves Lacoste e os membros da revista Heródote se dedicam aos problemas de geopolíticas internas e externas, em escala regional, nacional, continental e internacional.
Heródote, pela sua tiragem, é a mais importante revista francesa de geografia e permanece como a única de geografia geopolítica.
Uma das grandes críticas que Yves coloca em suas obras é a negligencia dos filosofos em relação as bases epistemologicas onde esta fundada a geografia. Ele alerta todos os geografos a verem o poder da geografia, que é uma arma usada pelas massas para controlar os menores que desconhecem o seu poderiu. Clama a sairmos da miopia de achar que a geografia é uma matéria simploria e enfadonha de apenas decorar caracteristicas da esfera terrestre, de númerar e quantificar os homens ou mesmo de criar um sentimento patriótico.

Paulo Wendell Alves de Oliveira

Para que serve a geografia?


A geografia é considerada como uma das disciplinas mais antigas, já foi chamada de história natural na antiga Grécia, posteriormente foi herdada pelos árabes e a partir do século XV passou a ser mais utilizada, mas somente no século XIX passa a ser reconhecida como ciência, sendo ensinada e praticada em universidades europeias, com grande contribuição das escolas Alemã com Humbort e a Francesa com Ratzel. No Brasil a profissão dos geógrafos começou a partir dos anos 1930 e 1940 quando foram criados o IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística e IGH – Instituto Geográfico e Cartográfico. Com o surgimento da AGB – Associação dos Geógrafos Brasileiros, em 1934 iniciam os cursos de Geografia na Faculdade de Ciências e Letras da USP. No entanto somente em 1979 através da lei nº. 6664/79, é que foi regulamentada a profissão de geógrafo. 


Ao longo das últimas décadas surgiram diversas faculdades que ministram cursos de geografia, com destaques em Goiás para UFG, UEG, PUC e Unifan que ministram Bacharelado e/ou Licenciatura. O profissional licenciado está apto para ser professor de escolas públicas e particulares nos nível fundamental e ensino médio, e com especializações poderá a docência universitária, de acordo com as exigências em níveis de especialização, mestrado ou doutorado.


O Bacharel em Geografia (este possui registro no Crea, além de assinar, poderá também atuar em diversas áreas tais como: planejamento urbano, meio ambiente, geoprocessamento, cartografia, geomorfologia, hidrologia, enfim, o campo da geografia é muito largo. O profissional graduado poderá atuar em diversas áreas, pois tem conhecimento teórico em geopolítica, planejamento e gestão territorial, análise de condições hidrológicas, do solo e climáticas, política agrária, migração e imigrações, estudos de impactos ambientais em zonas urbanas e rurais, atuar como pesquisador para elaboração de relatórios sobre áreas da educação, população, meio ambiente, espaço urbano, trânsito, cultura, turismo, etc. 


Ambos, bacharelados e licenciados poderão atuar como professores universitários, em órgãos governamentais no âmbito Municipal, Estadual e Federal, por ex: Ibama, Embrapa, IBGE, Incra, Petrobras, Ministério das Cidades, da Educação, do Desenvolvimento Social, do Trabalho, da Integração Nacional, dos Transportes, órgãos de trânsito, das águas, e até mesmo empresas privadas e órgãos que necessitam de técnicos para levantamentos e estudos sobre a ciência geográfica, que é dividida em cinco categorias de análises: espaço, território, lugar, paisagem e região.


Mas, para que mesmo serve a geografia? Para muitas pessoas a geografia é tida como uma disciplina que estuda os mapas, cidades, países, rios, montanhas, etc. Na verdade é, mas não somente isto, conforme abordado neste artigo. A geografia é uma ciência que estuda diferentes áreas do conhecimento, humanas e físicas. Segundo o geógrafo francês LACOSTE, Yves. “A geografia, isso serve, em primeiro lugar, para fazer a guerra.” Em suas palavras ele afirma que é um instrumento para operações militares, pois em uma guerra é necessário ter informações e estratégias de combinações geográficas, das relações entre os homens e as condições naturais. Além disso, por estar ligada a práticas políticas e militares, deve ser utilizada para autodefesa do Estado.


Neste dia 29 de maio é comemorado o dia do geógrafo, mesmo sendo poucos os profissionais no Brasil, mas pela importância que tem a sociedade, estes deveriam ser mais valorizados uma vez que lidam e contribuem para formação das crianças independente de classe social, e é um profissional que leva as pessoas a ter um senso critico reflexivo, com um olhar global aos problemas socioeconômicos e ambientais, buscando as soluções viáveis para melhoria do meio em que vivemos.
Fonte: Diário da Manhã
https://www.ascom.ufg.br

Temer tremendo o planalto, a berlinda está armada. Uma crise que vem com tudo.

Nova crise se aproxima do Planalto e põe Temer na berlinda mais uma vez

Revelação de amigo do presidente força negativa de que houve irregularidades em sua campanha


A sexta-feira de Carnaval foi um dia atípico no centro do poder brasileiro. Enquanto o Congresso Nacional estava às moscas, auxiliares do presidente Michel Temer (PMDB) praticamente sambavam em busca de explicações sobre o relato que atingiu em cheio o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha (PMDB), e ameaça chegar ao chefe do Executivo. As justificativas iam do formal “por enquanto, nada a declarar” ao “isso não tem nenhuma relação com o presidente”. Só no fim da tarde, apareceu uma nota de defesa.
Na quinta-feira, o advogado José Yunes ex-assessor especial da presidência da República e amigo de três décadas de Temer, afirmou que foi usado pelo ministro Padilha para carregar um pacote com dinheiro ilícito para ele. Antes da publicação das reportagens na revista Veja e no jornal Folha de S. Paulo que detalharam o assunto, Yunes prestou um depoimento voluntário à Procuradoria Geral da República. O relato corrobora uma das delações de ex-executivos da Odebrecht que informaram terem pago caixa dois para Padilha na eleição de 2014.
No mesmo dia, o ministro entregou um atestado médico para se afastar temporariamente do cargo porque terá de passar por uma cirurgia para a retirada de próstata. Nesta sexta-feira, Temer emitiu uma nota para dizer que, enquanto presidiu o PMDB, obteve doações oficiais no valor de 11,3 milhões de reais da Odebrecht ao seu partido em 2014 e não autorizou nenhuma ação ilegal de seus subordinados. “É essa a única e exclusiva participação do presidente no episódio”, diz trecho da nota da Presidência.
A oposição se animou com a revelação de Yunes e pediu a demissão de Padilha. Mas, se levar em conta o que prometeu há poucas semanas, Temer não demitirá tão cedo seu chefe da Casa Civil. Segundo ele próprio anunciou, no âmbito da operação Lava Jato só serão afastados os ministros que forem denunciados pelo Ministério Público Federal e, demitidos, os que tiverem a denúncia aceita, ou seja, se virarem réus.

Crise se avizinha

Oficialmente, dentro do Planalto, os discursos são de que a atual gestão não enfrenta uma crise política, mas alguns movimentos mostram que se ela não foi instalada, isso está próximo de ocorrer. Desde que assumiu a presidência ainda como interino, Temer já perdeu seis ministros por conta de investigações ou escândalos internos. Os mais relevantes foram o seu amigo pessoal Henrique Eduardo Alves (Turismo) e Geddel Vieira Lima (Governo). Ambos foram deputados por vários anos e articularam intensamente o impeachment de Rousseff.
As preocupações que atingem agora o presidente têm a ver não só com a bomba lançada pelo seu amigo Yunes, mas também com duas escolhas de novos auxiliares. Ao nomear o deputado federal Osmar Serraglio (PMDB-PR) para o ministério da Justiça, Temer recebeu uma saraivada de críticas do vice-presidente da Câmara e coordenador da bancada de Minas Gerais, Fábio Ramalho (PMDB-MG), que prometeu romper com a gestão de seu correligionário e diz que tentará convencer outros aliados a seguirem o mesmo rumo. O descontentamento dele é de que o presidente não dá representatividade ao seu Estado em seu primeiro escalão.
Além disso, ao nomear um peemedebista para a vaga da Justiça que era ocupada pelo PSDB com Alexandre de Moraes, o presidente deixou parte dos tucanos descontentes. Essa frustração está tendo de ser contornada com a escolha do substituto de José Serra (PSDB-SP) no Ministério das Relações Exteriores.
inesperada demissão de Serra, que alegou motivos de saúde para retornar ao Senado, fez com que vários tucanos se movimentassem para substituí-lo. Nomes de dois senadores já foram cotados: Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) e Antonio Anastasia (PSDB-MG). Correm por fora dois funcionários de carreira do Itamaraty, o embaixador Sergio Amaral, que têm as bênçãos do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, de quem foi porta-voz, e Fred Arruda, atual assessor internacional da presidência.
Nesta sexta-feira, a prisão de dois lobistas suspeitos de operarem a favor do PMDB também trouxe mais uma preocupação para Temer e seu partido. A suspeita da Polícia Federal é que Jorge Luz e seu filho, Bruno Luz, tenham distribuído 40 milhões de reais em propinas para peemedebistas. Ambos foram detidos nos Estados Unidos porque naquele país são suspeitos de irregularidades em seus documentos de migração. Jorge Luz é considerado o decano dos lobistas da Petrobras, atuando no órgão desde o governo de José Sarney, no fim da década de 1980, até a gestão Dilma Rousseff.
Fonte: http://brasil.elpais.com/brasil/2017/02/24/politica/1487969113_983729.html